Escrevo isso de uma escrivaninha em um lugar dos sonhos…
mas posto apenas alguns dias depois - já de Brasília.
A vida pode ser incrível.
É isso que eu sinto ao estar aqui, escrevendo isso nesse exato momento e nesse exato local depois dos últimos dias. Não sei muito bem como descrever o que eu estou sentindo e o que eu vivi desde o meu aniversário.
Tantos lugares, tantas pessoas, tantos momentos… tanta gratidão.
Estou no meio de uma espécie de tour mundial, onde em menos de 5 semanas terei feito 5 países completamente diferentes de si e mais uma vez, ao olhar para trás, não tenho muita certeza de como que eu cheguei até aqui. Consigo ver e lembrar uma série de acontecimentos e fatos, mas também consigo ver uma mão invisível abrindo portas que pensei estarem fechadas lá atrás. Eu só precisei acreditar. Mesmo quando era difícil.
Respiro fundo.
Agradeço.
Viver meu aniversário em Hong Kong foi uma quebra de paradigma. Meu primeiro aniversário sozinha - e do outro lado do mundo. E menos de 3 semanas depois - após ter ido para a Coreia do Sul, Dubai e finalmente estar no Brasil - me vejo de volta a um lugar simbólico para mim: o Rio de Janeiro. O lugar escolhido para meus aniversários de 2021 e 2022 e agora estou de novo, para comemorar - ainda que um tempo depois - com a minha família.
Há algo nessa cidade, nessas areias da praia de Copacabana e também em um prédio específico. Sim, eu sei que a cidade e o estado do Rio de Janeiro tem muito a oferecer. E pude, depois de muitas visitas nessa cidade, desbravar um pouco de sua beleza. Mas, nos últimos anos, voltei para essa cidade por um prédio específico. Ou melhor, um palácio.
Antes de contar essa história, preciso contar meus primeiros passos nessa cidade abençoada por Deus e infelizmente aterrorizada por algumas pessoas. Minha primeira memória aqui vem de fotos, da minha primeira viagem de avião. Lembro do meu nervosismo e de segurar bem na poltrona. Lembro também de uma grande turbulência e eu derramando água em mim mesma. O medo. A superação.
Lembro também de um dos momentos mais especiais da minha vida, a minha segunda ida para o Rio de Janeiro. Acreditem ou não, eu ganhei um concurso online do canal Cartoon Network sobre o primeiro filme das Meninas Superpoderosas! O prêmio era uma ida até o Rio de Janeiro, com tudo pago, para assistir a estréia do filme.
Lembro de alguém ligando de Atlanta dos Estados Unidos para falar sobre o prêmio e minha família achando que era trote. Afinal, como eu, na quarta série, teria sido capaz de me inscrever em um concurso online sozinha? Os tempos eram outros e pessoas da minha idade naquela época eram de fato ainda crianças.
Mas, eu me inscrevi. Lembro claramente do site, da pergunta sobre o que o macaco louco comia e mesmo sendo nova… já acreditando em possibilidades. A viagem foi insana. No aeroporto já haviam pessoas fantasiadas das meninas superpoderosas, o comandante pedindo para que fossemos as últimas a desembarcar, uma loucura. Nos filmaram por dias e eu apareci no canal!
A estreia do filme foi bem, coisa de filme. Fizeram uma surpresa e quando eu entrei havia papel picado, todos gritavam meu nome e eu me senti muito tímida. Lembro também de ter conhecido algumas crianças famosas da época do programa gente inocente de elas parecerem se incomodar por eu estar chamando atenção. E ah, lembro de ter conhecido o filho do Ronaldo também (o Ronald) e de termos trocado olhares hahahahahaha
Na época, nos hospedamos em São Conrado, no hotel Hilton e era a coisa mais chique de toda a minha vida. Nos levaram para uma pizzaria para jantar, chamada Capricciosa e vimos atores da globo lá. Era como se eu tivesse vivendo uma realidade paralela. Além dos muitos presentes, ainda ganhei uma câmera que filmava e era a coisa mais impressionante do mundo. Quando eu voltei pra Porto Alegre, depois de ter faltado 2 dias de aula (e não ter contado nada pra ninguém), lembro que meus amigos na sala urraram quando me viram. Afinal, eu sumi e de repente estava no canal Cartoon Networking!
Olhando pra trás, sinto um quentinho no meu coração. Eu tive uma infância boa, pude viajar um pouco pelo Brasil, fiz amigos e não perdi a doçura dentro de mim. Lembro de colecionando cartas do Pokemon, lembro de ir na casa dos meus amigos, lembro também da vergonha de morar em um apartamento pequeno e não ter um quarto e evitar trazer pessoas para minha casa. Tolice. Mas quando somos jovens, é assim. Não entendemos bem o mundo e não nos sentimos o suficiente.
Mas, as memória do Rio de Janeiro permanecem. Minha próxima memória é no meu primeiro ano de faculdade. Me inscrevi para o processo seletivo para trabalhar na Disney em Orlando e as entrevistas eram no Rio. Peguei meu primeiro voo sozinha e fiquei no apartamento de um amigo da minha mãe. Nunca vou esquecer, estava em Copacabana, na rua Barata Ribeiro, há poucas quadras do mar… e não sai de casa. Fiquei com medo de algo acontecer, de eu ser roubada, de quebrar a perna e não podia arriscar. Fui para o Rio com um objetivo. E cumpri esse objetivo. Passei para a primeira fase. Depois voltei para a segunda fase. Mesmo protocolo. Passei. E aí voltei para fazer meu visto. Lembro de minha família juntando todas as milhas possíveis e eu ficar com medo de estar no Rio, sozinha, realizando o processo seletivo dos meus sonhos e algo dando errado.
Mas, o Rio me abençoou. Deu certo. E eu fui e vivi meu sonho na Disney.
Deu tão certo que trabalhei na Disney 3x.
Foram algumas outras visitas a cidade abençoada com minha família. Algumas a turismo, outras para vistos e processos seletivos. Então, em 2021, no carro, alguns dias antes do meu aniversário, numa época ainda de Pandemia, minha mãe perguntou se eu não queria viajar pro meu aniversário. Não sei bem explicar essa história porque não me recordo o ponto inicial dela, mas eu já tinha pensado em como queria passar meu aniversário em um lugar que eu me sentisse abundante, feliz e cercada de natureza. Meu aniversário em 2020 foi muito desafiador e precisava de uma mudança. Secretamente, tinha pensado no Rio e tinha pensado no lugar mais abundante que eu conseguia pensar: o Copacabana Palace.
Preciso dizer que o Copacabana Palace não é só um prédio pra mim. Ele é um símbolo de abundância. Eu adoro hotéis de luxo e gosto de história também. Eu já sabia que a história de Copacabana estava profundamente ligada a esse prédio (que é na verdade, como o próprio nome diz, um palácio). Mas, não sei explicar de onde surgiu essa vontade de ficar lá.
Em 2021 eu já tinha tido a possibilidade de frequentar hotéis de luxo pelo mundo e não tinha mais medo de lugares assim. Porque sim, houveram momentos da minha vida que lugares considerados “chiques” ligavam um alarme interno de que eu não pertencia ali e eu fazia questão de manter a distância. Aquela relutância de entrar em uma loja de luxo mesmo que para olhar. Como se não pudesse entrar numa Gucci na mesma tranquilidade que eu entro em uma Zara, por exemplo. Na época eu não entendia nada de autoconhecimento e limites internos, hoje eu consigo entender o porquê disso.
Mas, estávamos no carro falando de viajar eu sugeri o Rio de Janeiro e sugeri que apenas olhássemos quanto seria para ficar no Copacabana Palace. Acreditem ou não, minha mãe disse que tinha pensado na mesma coisa. Para nossa surpresa, era um valor dentro das possibilidades. E assim, eu e minha mãe fomos para o Rio de Janeiro, comemorar meu aniversário no lugar mais abundante que eu poderia pensar no Brasil.
Sendo honesta, ficar lá foi uma grande quebra de paradigma. E olha que a vida é tão incrível que ficamos em uma suíte com vista pro mar! Estar naquele ambiente me ajudou muito a expandir ainda mais minha vida financeira - e juro que isso não é papo. Ao normalizar a abundância, começo a integrar ela em mim. Começo a vibrar naquilo, começo a pensar de maneira diferente que me leva a resultados diferentes que me levam a ambientes exatamente como aquele. E assim o ciclo se repete.
Existe um grande charme naquele local. Algo no ar. Etéreo. E poder estar lá no meu aniversário e ganhar um cartão do hotel com um bolo e me sentir como eu queria me sentir… me fez querer mais. E assim, voltamos no ano seguinte, em 2022, para meu próximo aniversário. Talvez pareça algo mesquinho, mas eu lembro da minha infância simples. Lembro de passear por Copacabana e ver aquele prédio e parecer ser muito distante da minha realidade. E poder integrar ele as minhas experiências de vida é um marco pra mim e para minha família. Representa progresso e expansão na direção que eu queria ir. Para viver mais, para viver melhor, para me cercar de coisas que eu considero agradáveis.
Sem falar no charme da rede Belmond que eu sou fã. Depois de ter trabalhado com hotéis na Disney em Orlando e conhecido o mundo da hospitalidade, eu virei uma curiosa sobre hotéis de luxo no mundo e redes diferentes. Me fascina entender mais sobre o branding deles e como eles integram tudo isso. Acreditem, hotéis é muito trabalho! Tanto que a escolha do Mandarim Oriental em Hong Kong para meu aniversário desse ano foi justamente por isso. Assim como a escolha do Marina Bay Sands em Singapura para meu aniversário no passado.
A escolha de hotéis abundantes e cidades com água para o meu aniversário é totalmente intencional. Ao viver aquilo em 2021, decidi que meus aniversários seriam assim. Um momento de conexão com a vida que eu quero ter, os resultados que eu quero nutrir e realmente me sentir abundante em um local agradável. Cercada de pessoas que estão muito melhor financeiramente que eu - para eu me inspirar e me espelhar. A querer ainda mais. Não só dinheiro, mas vida, momentos agradáveis e memórias inesquecíveis.
Muitas pessoas comemoram seus aniversários esperando presentes dos outros mas quantas dão presentes para si mesmas? Quando eu pensei nisso, a maneira como eu vejo meu aniversário mudou. Sei que muitas pessoas por diferentes razões ficam para baixo e meio mal nessa data, mas eu decidi aproveitar essa volta ao redor do sol para celebrar o que foi e para dar boas-vindas a nova idade de coração aberto e feliz. Esse é o meu presente para mim mesma: me cercar de quem eu amo, em um lugar bom e investir para sentir ainda mais a abundância.
Esse ano, só consegui fazer isso um tempo depois mas aqui estou, de volta ao Rio de Janeiro, de volta ao Copacabana Palace, de volta a uma suíte, de volta ao bolo divino deles e com a minha família. Sendo a terceira vez, já considero uma espécie de tradição que se consolida na minha vida. Novamente, como que eu cheguei aqui?!
E dessa vez, foi ainda mais especial. Minha amiga e mentorada (fazendo sua terceira mentoria agora!) trabalha lá e facilitou tudo para nós. Não só antes, nos ajudando com a reserva - o hotel está cheio durante o Rock in Rio! - mas também estava lá durante o check-in e nos levou pro quarto. Ao abrir a porta, muitas fotos minhas pela mesa e um carinho gigantesco com a minha família. Imagina só o que eu senti ao viver isso? Ao sentir o carinho de alguém tão querida para mim, que faz parte da minha história agora dessa maneira também?!
Sonho com uma vida com um aspecto de criar relacionamento com hotéis. De voltar várias vezes para alguns lugares enquanto crio memórias diferentes conforme o tempo passa. Sonho em voltar para o Copacabana Palace mais vezes no futuro, com minha mãe, minha irmã e com a minha futura família. De ver meu futuro marido aproveitando as águas do Rio, a beleza e sim, um palácio. De colecionar ainda mais cartões escritos a mãe que demonstram o cuidado e o carinho que uma rede como o Belmond tem.
Não sei bem como cheguei até aqui. Com memórias de chá da tarde com minha mãe no Belmond de Foz do Iguaçu e de um menino alemão lindo me levando em um carro deu luxo para o Belmond de Portofino na Itália.
Só sei que essa é exatamente vida que eu sonhei lá atrás e que continuo sonhando.
Sabe, acho que o Rio de Janeiro me inspira a sonhar. Começando com as meninas superpoderosas, passando pela Disney e processos seletivos, indo até o hotel dos sonhos do Brasil e o desabrochar da Ana adulta que sabe o que quer.
Seja como for, estar aqui é um grande lembrete de que o Rio de Janeiro continua lindo e que de que merecemos coisas boas.
Mas, precisamos nos abrir para isso…
Um hotel dos sonhos por vez,
na cidade abençoada por Deus.
Ai, Ana. Seus textos sempre me dão um quentinho no coração e uma calma descomunal de que eu só preciso confiar na vida e me cercar de tudo o que eu quero viver para ver essas coisas se materializando nos meus dias. Gratidão eterna por poder, de certa forma, compartilhar contigo esses momentos mágicos!