150 | Uma nova volta ao redor do sol & O que importa de verdade
Hong Kong, 24 & 25 Agosto 2024
Comecei a escrever essa carta da mesa da minha suíte - no meu hotel dos sonhos, em uma das minhas cidades dos sonhos. É, houveram dias que eu não senti que isso seria possível… mas aqui estou eu. Do outro lado do mundo, celebrando mais um aniversário - e termino ela do aeroporto, já pronta para embarcar pra mais um destino.
Ontem, dia 24 de agosto, foi o meu aniversário - mais uma volta ao redor do sol. Engraçado que eu ainda estava meio grogue do jetlag, mas feliz com as emoções de estar aqui, cercada de beleza e também cercada da vibe China-Asia que eu tanto amo. Não sei bem dizer o porquê, mas parece que a ficha ainda não caiu para o fato de eu ter feito aniversário?! Foi um dia memorável e feliz, mas tenho o privilégio de ter construído uma vida com muitos dias assim.
E isso me assusta um pouco.
Nos últimos anos, tive a oportunidade de viver coisas incríveis e morar em Dubai com certeza me fez acostumar ver todos os dias muitas coisas que são tudo, menos costumeiras. É bizarro, mas existe um esforço consciente para que eu não perca a consciência dos diferentes níveis de realidade e me lembre de que eu vivo numa bolha.
Gratidão não expressa bem o que eu sinto ao pensar em tudo que eu tive e tenho acesso, tanto lugares quanto experiências. Por muitos anos eu sonhei com isso. Estar em cidades cosmopolitas, ambientes refinados e abundantes e cercada de pessoas muito diferentes de mim. Mas, ao ter acesso a tudo isso, entendo o que de fato importa. Claro, um grande clichê - mas, aquilo, existe uma razão de clichês existirem. Eles simplesmente representam algo.
Poder viver tudo isso é um grande privilégio, mas no medio e longo prazo, as memórias que ficam não são tanto de lugares abundantes ou cidades cheia de prédios. As memórias que perduram são de momentos com pessoas - dividindo emoções e sentimentos. Compartilhando o coração.
E apesar de saber disso, tomei a decisão de ir passar meu aniversário sozinha em uma cidade onde eu não possuía nenhum amigo. Tirei um tempo pra mim. Um tempo de análise, um tempo de olhar pra dentro. Nesses dois dias pude entender mais o eu quero pra mim e continuar a jornada de também entender o que eu não quero.
No meu grupo da mentoria, achei interessante que as meninas começaram a falar sobre rituais no seus aniversários e fiquei um pouco assustada ao entender que uma parcela fica triste e melancólica e outra parte não se dá um presente também. O meu ritual (quarto ano assim) está em tirar alguns dias estratégicos, diminuir a velocidade e me hospedar em um lugar com um ambiente que me inspire. E se possível, viajar.
Meu aniversário representa pra mim uma nova jornada. Uma nova oportunidade. De ver como eu estou usando meu tempo, como eu estou avançando na vida - se eu estou dando os passos na direção que eu quero viver. É um tempo de comemoração, mas mais silenciosa, focada na introspecção. Sinto uma vontade grande de cuidar de mim, de dar pra mim tudo que eu poderia esperar de outras pessoas. De voltar pro centro. De olhar pra dentro.
Fazer isso em Hong Kong foi na verdade mais desafiador que eu pensava. A cidade é muito sedutora e quase implora pra você estar do lado de fora, explorando tudo que ela tem a oferecer. Achei que estava indo para entrar na minha caverna com uma linda vista do quarto, mas a verdade é que eu acabei usando meu tempo também para explorar, para me conectar com a cidade.
Tenho já uma história pessoal com a cidade, sendo essa a minha quarta viagem para lá. Como cheguei até aqui? Como posso falar algo assim?!
Sabe, apesar de já ter percebido muitas coisas que eu quero melhorar para o próximo ano, sinto também orgulho de mim. Pelos passos dados, pela coragem e pela determinação.
Li uma frase ontem que me chamou atenção, ela dizia: “Eu só tive mais sucesso porque eu falhei muito mais”. Fiquei refletindo sobre o último ano e como isso é verdade. Um último ano de casulo, desconfortável, mas de transformação. Um ano útil. Um ano de plantio.
Que se encerra aqui, numa cidade completamente diferente de tudo que eu conhecia enquanto crescia. Uma cidade única, com uma mistura incomum de muitas coisas. Se por um lado, vejo a China em muitas coisas, por outro, vejo o Ocidente gritando também. Sabe, Hong Kong é definitivamente mais do que pensamos.
E ao andar por essas ruas incomuns, ao ver tanta luz e o choque entre o velho e o novo, acabo vendo uma reflexão de mim mesma. Algo não linear, mas que funciona. Algo que te convida a viver um sonho. A pegar as rédeas de sua própria vida. A fazer algo com essa oportunidade que é viver todos os dias.
E assim, como um leve sussurro, mais um ano se vai e uma nova jornada se inicia.
E a importância do tempo fica cada vez mais óbvia.
A urgência da vida, que implora por nossa seriedade e nossa decisão.
Fica tranquila, Ana.
Vou cuidar bem de você nesse novo ano se inicia.
Vou te lembrar todos os dias do que importa de verdade.
De que você merece viver coisas boas.
Somos capitãs da nossa alma
e senhoras do nosso destino.
A nova mentoria começa dia 01/09. Em uma semana!
Eu te convido a ler as informações com cuidado e sentir se é pra você.
Se for, estou pronta para ser sua mentora nessa jornada.
Todas as informações da nova mentoria estão nesse link aqui.