Escrevo essa carta da minha mesa, na minha sala.
Hoje foi um dia de fábrica de pão. De sentar e fazer - mas não de um jeito super tradicional. Hoje eu fiz algo que eu não faço quase nunca: comprei coisas. Aproveitando a Black Friday para comprar algumas coisas que eu preciso e também algumas que eu desejo. Tenho sentimentos mistos sobre essa data. Claro que eu fico feliz de pagar super barato por algumas coisas, mas ao mesmo tempo fico me sentindo estranha de comprar depois com preço normal que parece abusivo. Ainda bem que me considero minimalista e comprar coisas não é o meu normal.
Hoje também ouvi um podcast diferente. Tenho o costume de algumas vezes na minha semana ouvir podcasts longos - alguns de mais de 3h! Normalmente, são os podcasts do Lex Fridman ou de outros, sempre em inglês e sempre entrevistando alguém incrível que eu conheço pouco (ou nunca ouvi falar) sobre um assunto que eu tenho interesse.
E é justamente essa jornada que eu quero falar.
Hoje, ao compartilhar alguns links de podcasts no meu instagram fiquei pensando sobre o meu processo interno de escolha para o que eu escuto e percebi algo óbvio, mas que eu nunca tinha pensado dessa maneira. Os assuntos que eu escolho para podcasts de 3h que eu devoro numa sentada mostram onde está a minha curiosidade. E isso me faz sorrir, mas ao mesmo tempo faz com que eu me sinta sozinha.
Não tenho tantas pessoas próximas de mim que amam os assuntos que eu amo “secretamente” como matemática, teoria dos jogos, física aplicada, tecnologia em geral, teoria das relações internacionais e empreendedorismo (principalmente como escalar ideias e perfil psicológico do fundador). Em teoria, são assuntos que eu não aplico na minha vida profissional de maneira geral e que podem parecer inúteis. Contudo, minha experiência me mostra que quanto mais eu alimento minha curiosidade, mais ela me leva para lugares inexplorados, como novos livros e podcasts. E, de alguma maneira, eu consigo aplicar tudo isso na minha vida.
Ao entender o mundo pelas lentes da minha curiosidade, alimento coisas em mim. Uma força, um interesse por algo fora de mim e também construo os pilares que me fazem alguém interessante. Eu consigo entrar em quase todo tipo de círculo de entender o que é falado e isso me faz feliz. Ter uma curiosidade tão ampla, mas que também de certa maneira olha diretamente pro cerne da vida, me faz crescer. Me faz evoluir. Me faz entrar nessa jornada que não tem fim.
Ao olhar pra minha curiosidade, entendo minha autenticidade e coleto grandes dicas de que eu já sou e quem estou me tornando.
Nossa curiosidade aponta pra quem somos.