Escrevo essa carta mais uma vez da mesma cadeira, na mesma mesa, em minha casa, já adentrando a noite depois de mais um dia muito lindo.
Hoje compartilhei nos stories uma analogia que eu gosto muito, que minha mãe que me ensinou chamada de A fábrica de pães. Um dia, minha mãe me contou sobre como que em momentos de trabalho ela fica tão concentrada que ela disse que ela era como um padeiro logo cedo de manhã, que começa a fazer pão sem parar.
É pão, atrás de pão e mais pão. O ciclo não para.
Em dias de muito trabalho, como hoje, brinco com uma amiga mais próxima que fui uma padeira no meu maravilhoso mundo da fábrica de pães. Que eu fiz. Fiz. E fiz mais. Sem parar. Quase numa linha de produção. E não me entenda mal, eu não vanglorio o trabalho e nem acho que devemos manter essa postura todos os dias - equilíbrio é fundamental. Mas, não posso mentir que por amar o que eu faço, em momentos que eu me sinto uma “padeira” eu me sinto muito em flow. Eu literalmente não vejo as horas passarem.
É um pouco inexplicável, mas principalmente quando estou trabalhando em algo criativo que é diretamente atrelado com um sonho futuro, me sinto conectada, focada e me sinto preenchida. Quanta mudança! Precisei fazer um trabalho interno pesado para mudar minha visão sobre o trabalho em si. No fundo, sentia que era um mal necessário e uma prisão invisível onde só havia um futuro possível: de sofrimento e escassez. No melhor dos cenários, se eu batalhasse muito, quem sabe eu teria algum nível de sucesso e segurança. Quem sabe.
A mudança interna foi profunda e rio sozinha pensando no abismo que difere a Ana do passado - que via fazer pão como castigo - para a Ana que hoje os faz sorrindo e animada com o cheirinho que sai deles. Eu amo trabalhar. Eu amo fazer. E amo a jornada que foi árdua, mas cheio de ajudas que me ajudou a chegar até aqui. Não acho que o empreendedorismo seja para todo mundo e sei que muitos não gostariam de viver os altos e baixos que eu vivo, mas foi aqui que eu me encontrei. Aqui que eu me sinto preenchida, animada… e viva.
Fazendo. Fazendo mais.
Hoje, assim como ontem e assim como será por um bom tempo ainda, fui uma padeira. Fazendo muitos pães, onde cada um representa um tijolinho em direção a construção dos meus sonhos.
Termino o dia com meu corpo exausto, mas com a mente leve, feliz. Como eu desejo que todos possam encontrar sua fábrica de pães interna.
A minha fábrica de pães
é minha fábrica de sonhos.