Hoje está sendo um dia intenso, e escrevo essa carta em casa.
Hoje tive muitos pensamentos correndo por mim, muitas ideias e inspirações. Eu tenho tanto que eu quero falar, ideias que eu quero discutir e dividir que as as vezes eu nem sei direito por onde começar.
Hoje foi o dia 50 de um exercício que eu comecei por causa do livro O caminho do Artista da Julia Cameron. O exercício é simples: escrever 3 páginas por dia. Não tem assunto, é simplesmente pegar a caneta e escrever o que vier a mente, sem nenhum filtro. Esse exercício já mudou a minha vida, pois ele me faz não apenas pensar, mas também tirar do meu sistema muita coisa e também organizar um pouco do que eu tenho dentro de mim.
Mas hoje, desejo falar de um dos sentimentos que eu mais gosto, que eu pude sentir com força ontem e hoje. O sentimento depois que fazemos o que precisa ser feito. O sentimento de dever cumprido. O sentimento de ter passos na direção que queremos.
Não acho que nossa existência tem valor apenas para sermos produtivos. Mas, acredito que estamos aqui para crescer. Para nos desenvolver. Para contribuir. Consigo sentir com clareza quando um dia passa e eu fico com a sensação de estar vivendo a vida - e não apenas sobrevivendo. Essa sensação vem de ter conseguido encaixar no meu dia momentos de leitura, escrita e também de ter feito o que eu me propus no meu trabalho e nos meus projetos pessoais.
É uma sensação de que eu tomei o meu espaço no mundo. Que eu posso contar comigo mesma. Sabe, eu tenho algumas frases que eu uso como base para entender minha realidade e uma que eu gosto muito fala sobre auto-estima. Ela diz que auto-estima é nossa reputação com a gente mesmo. Quando eu consigo passar por um dia fazendo o que eu tinha me proposto (até pra mim mesma) eu me sinto mais confiante. Me sinto mais viva. Me sinto ainda mais capaz.
Me sinto tão sortuda. De poder viver onde eu moro. De poder fazer o que eu quero. De me sentir tão amparada pela vida - mesmo quando eu sinto medo. Passo o dia agradecendo baixinho, como sempre. Não acho que há um dia que eu não pense comigo mesma: /como que eu cheguei até aqui?
Fazer o que precisa ser feito não é fácil. Sair da zona de conforto é enfrentar uma resistência interna feroz. Tão forte que as vezes eu chego a sentir no meu corpo. Mas, quando consigo chegar do outro lado da resistência e consigo fazer o que eu me propus a fazer, eu entendo que não preciso ter medo da vida. Que eu posso contar comigo mesma. Que não importa o que acontecer, eu posso confiar em mim e que não estarei desamparada.
Agora, nesse momento, me sinto exausta. Dormi muito pouco e me exercitei muito. Colocar meu corpo em movimento - foram quase 2h de bike - me relembra de como nossos corpos foram feitos para isso e também me dá toda a endorfina necessária para o que eu eu estou vivendo. Mas, termino o dia de hoje sabendo que, por hoje, fiz minha parte. Um pequeno tijolo. Uma série de atividades. Uma promessa interna cumprida.
Ao fazer o que precisa ser feito, sei que posso contar comigo. Ao ir dormir com a leveza de uma missão cumprida, sinto a força da vida pulsando em mim.
Dia após dia. Tijolo por tijolo. Altos e baixos. Perfeição longe.
Mas, por hoje,
sinto exatamente o que eu mais gosto de sentir.
Lembrando que eu vou ter um workshop dia 12/11 sobre o Jogo da vida como Jogá-lo. Te convido a participar e ver os detalhes aqui.
Happy Ana ;)