Escrevo essa carta de um dos paraísos do Oriente Médio, um lugar imponente, especial e que realmente é algo nesse lado do mundo.
Ainda é difícil de acreditar que estou aqui de novo. Não só em Abu Dhabi, mas nesse hotel específico, uma coisa meio nababesca que faz com que eu sinta que eu estou no filme Aladdin enquanto ainda espero as músicas começarem a tocar e o tapete mágico aparecer.
A verdade é que eu amo hotelaria. Amo hotéis temáticos, hotéis bons e que oferecem muito mais que podemos pensar. Foi só ao trabalhar na Disney em Orlando nos hotéis do complexo (trabalhei em 16 hotéis diferentes de lá) que eu entendi que um hotel 5 estrelas é uma experiência - não apenas um local luxioso para dormir em uma cidade que não é a sua.
Desde então, tive o privilégio de me hospedar em alguns dos meus melhores hotéis do mundo. Além disso, pude me hospedar nos hotéis que mais custaram para se construir - sendo o de Singapura na lista e o que eu estou escrevendo essa carta nesse momento. Na verdade, são muito mais que hotéis - são investimentos locais para posicionar cidades de tal maneira no mapa global.
O hotel de agora, que recentemente mudou sua administração para se tornar Mandarim Oriental é um palácio no Oriente Médio. Ouro por todo lado, Inshallah! Mas, é também, um local especial para mim. Um local que - de maneiras que nem sei explicar - consigo chamar hoje um pequeno refúgio que pude vir algumas vezes. Como descrever que um palácio no Oriente Médio se tornou um local familiar para mim?
Toda vez que eu venho aqui, ainda fico me beliscando de poder estar aqui. Aproveito toda essa energia tão diferente e próspera para realmente trabalhar minhas energias e ser uma esponja. Quero mais disso para mim - não todo o luxo, mas essa expansão, essa beleza, essa riqueza de detalhes. Nos últimos dias por aqui, visualizei e escrevi muito - como sempre. Também, trabalhei com um sorriso no rosto dessa mesa que escrevo nesse momento. Que privilégio poder trabalhar desse quarto de hotel, de poder usar a tecnologia ao meu favor e ter um “anywhere office”.
Nesses dias, carreguei no meu coração uma certeza que uma informação ou ferramenta chegaria para mim e que ela seria útil para os próximos passos. Não sei bem explicar, mas era exatamente isso. Ontem, quando demos um pulo no shopping daqui, ao ir na livraria, vi um livro que já quis comprar muitas vezes. Mas, por alguma razão, simplesmente nunca comprei. Quase como se soubesse que não era a hora certa - que não faria bom uso daqui. Tolice. Não há tempo a se perder e construimos o amanhã no agora, no hoje. Mas, também entendi que algumas coisas são inevitáveis e ao ver aquele livro ali, exposto, entendi que essa era a ferramenta que eu estava esperando.
Sem nem pensar duas vezes, peguei ele e ao chegar e ler ele, logo entendi que ele era exatamente o que eu precisava. Não ouso olhar pra trás e ficar pensando ou choramingando porque eu não comprei antes, apenas fico feliz de ter feito agora. De ter tomado essa decisão de finalmente adicionar na minha vida algo que estava no meu radar há tanto tempo. Em cada folha virada, vi ideias tão familiares e me senti abraçada. Agradeci mais uma vez. Era bem isso que eu precisava - sem nem saber direito.
Não posso evitar me perguntar quantas outras coisas que estão meu radar e que eu estou deixando passar. Talvez não seja mesma a hora. Talvez seja apenas eu me sabotando. Eu não sei. Mas, me comprometo a cada vez mais ter uma postura mais ativa de aproveitar os muitos trens da oportunidade que param na minha frente todos os dias. Alguns óbvios, outros nem tanto. Sabe, as vezes tudo que precisamos é um livro para mudar a trajetória da nossa visa. Outras vezes, são pessoas e processos. Seja como for, as ferramentas estão aí, a espera de serem utilizadas.
E nesse lugar tão lindo, que com todos os detalhes realmente me faz sentir estar no Oriente Médio, mais uma vez me sinto tão amparada, tão cuidada. Sabe, a vida está aqui, ao nosso dispor, pronta para nos dar mais vida, pronta para nos ajudar.
Mas,
as vezes,
tudo começa com nossa decisão.
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