Escrevo essa carta já prestes a dormir, feliz por ter conseguido terminar o meu desafio pessoal de carta todo dia no mês de maio.
Hoje, acordei atordoada e muito cansada. Mas, acordei assim por um bom motivo. Ontem, fiquei até bem tarde acordada fazendo uma mentoria/masterclass com uma mentoranda minha, a Bruna. Palavras não descrevem minha felicidade e gratidão de ela ter confiado na minha mentoria lá atrás e de hoje poder trazer ela para que ela possa dividir sua jornada trabalhando com desenvolvimento sustentável. Incrível e inspirador. Mesmo.
Eu só comecei a funcionar de verdade depois do café - que hoje, foram 2. A verdade é que o dia de hoje foi um dia de produção e trabalho. De sentar a bunda na cadeira e fazer o que precisa ser feito. Como quase todos os outros dias.
Hoje, também foi um dia de escrever muito e foi um dia que eu me senti leve. Que eu consigo ver a mudança drástica da Ana do começo do mês para o dia de hoje. Eu fiz 2 meses de diário da gratidão, então hoje completo 60 dias escrevendo todos os dias uma página com coisas pelas quais eu sou grata. Além disso, termino agora 30 dias escrevendo cartas todos os dias - algo que eu já quero continuar, porque eu amo poder escrever tanto.
Esses dois exercícios, mais um mês de muita disciplina - sem falar na viagem e poder ver as pirâmides do Egito - fizeram com que o mês de Maio realmente se tornasse extraordinário.
Um mês de transformação, de expansão pessoal.
Não consigo explicar o quanto pagar o preço da disciplina e de realmente ver a fundo nossas questões trazem resultados incríveis na nossa vida.
Ao olhar ao meu redor, para a cidade que eu vivo, minha casa, minha rotina, minha liberdade e os espaços que eu ocupo eu sinto felicidade, orgulho e leveza. Mas, chegar aqui não foi do dia pra noite. Foram anos - anos! - sonhando sonhos que pareciam difíceis, quase impossíveis. De querendo viver coisas que eu nem sabia direito colocar em palavras e desejando muito viver algo diferente, algo meu.
A jornada de Porto Alegre até Dubai não foi linear. Longe disso. Hoje mesmo, fiquei pensando que já formada na faculdade eu jamais poderia imaginar que um dia moraria nessa cidade e que ela se tornaria meu lar. Muitas pessoas querem o imediatismo, a confirmação pra ontem das coisas e eu olho pra minha vida e penso: não poderia ser mais o contrário. Nunca tive grandes confirmações, tive uma montanha de fracassos e "nãos” e já tive reviravoltas mirabolantes que me tiraram o chão.
Mas, eu nunca desisti de mim. Dessa coisa que sempre pulsou dentro de mim. Dessa sensação de que há potenciais a espera de serem vividos e que eu não os poderia ignorar. E olha que eu tentei.
Existem sonhos dentro de mim. A espera. Que querem sair, que querem se tornar real. E exatamente como lá atrás, eu não tenho ideia de como farei para torná-los realidade. Mas, eu não preciso saber. Eu só preciso acreditar. Em mim, e na vida.
Hoje, mais cedo, eu vi o episódio final de uma das poucas séries que eu acompanho: Ted Lasso. E ela fala justamente disso: O que será que pode acontecer, quando começamos a acreditar que é possível?
O episódio final me levou as lágrimas. A humanidade. A simplicidade. O óbvio que as vezes ignoramos. O esporte servindo de ferramenta para nos lembrar que a força mais potente que existe vem do coração. Football is life, after all.
E nesse final de mês, posso avançar por 2023 já orgulhosa ao olhar pra trás e ver o mês de maio e tudo que eu conquistei. Um lançamento de mentoria que eu me desafiei a sair da minha zona de conforto e já me conectei com pessoas incríveis que poderei ser mentora, um mês escrevendo cartas todos os dias, um país novo, um corpo novo (mais forte!) e uma energia nova.
Começo o mês de junho, com uma clareza pra minha vida que eu nunca tive antes. E, com a responsabilidade de fazer algo com isso.
Me despeço de maio, com carinho e gratidão.
Além de ter sido extraordinário,
você foi exatamente o que eu precisava.