Escrevo essa carta já em casa, em um horário bem razoável - o que significa um começo de dia bem cedo amanhã - e ainda refletindo sobre tudo que aconteceu hoje.
O começo do dia foi lento, como esperado. Ontem, fiquei mais de 20h acordada para conseguir fazer a mentoria gratuita ao vivo no Instagram e apesar do cansaço, eu realmente fiquei feliz.
Acho que ainda não consigo descrever de uma maneira fidedigna o quanto que eu amo dar mentorias, o quanto que eu amo dividir e ajudar. Há muito tempo já que eu entendo que esse era um dos meus IKIGAIs e me sinto muito energizada com a troca e também o feedback que eu recebo depois.
É importante pra mim conseguir passar o bastão para as pessoas que estão vindo e que querem viver coisas similares as que eu já vivi e ainda vivo. E ontem a noite, no Instagram, foi a literal vivência disso - e como eu amo.
Apesar do pouco sono, consegui estar com muita energia no dia, e isso me ajudou também na academia, onde quebrei mais um recorde pessoal de peso. É incrível o que o nosso corpo consegue fazer com tempo, persistência e paciência. De verdade.
A hora produtiva começou apenas depois do almoço, onde uma coisa engraçada aconteceu. Eu sempre carrego comigo páginas de um bloco de anotações de um hotel que eu amo, que eu uso como minha lista de atividades diárias. Mas, hoje, troquei de bolsa e esqueci de trazer. Ao perceber isso, olhei ao redor a procura de um guardanapo - sempre o plano B - e vi um guardanapo grosso, preto, no canto.
Na hora dei um sorriso.
Por alguma razão, essa semana quando comprei minha nova caneta preta (quando foi a última vez que você terminou uma caneta?!) eu acabei comprando uma caneta branca. Juro que na hora pensei: e se no futuro eu tiver coisas pretas que eu queira escrever? Tinha me vindo na cabeça uma coleção de post-its pretos… mas o guardanapo foi a grande estréia. É algo tão pequeno, mas eu adoro essa sensação de que eu estou preparada para a vida, seja lá o acontecer.
De tarde, além da grande quantidade de tarefas e do trabalho - interno e externo - eu tive também uma mentoria 1-1 com uma mentoranda da turma avançada da mentoria. Uma mentoranda que já considero uma amiga, aliás. E foi ela que me trouxe a informação que eu quero dividir hoje.
Uma informação que eu passei pra ela, e que hoje ela me relembrou e que eu fiz questão de passar a diante também - escrevendo a frase no guardanapo preto e deixando pra trás, para encontrar a pessoa certa que precisa ler isso.
A frase é simples: If you build it, they will come.
Essa frase surgiu na minha vida através de um filme clássico que minha mãe me apresentou, da qual nós duas juntas já vimos mais de uma dezena de vezes. Ouso dizer que esse filme está no meu Top 5 da vida e que eu talvez já tenha visto o filme mais de 50 vezes, quiça ainda mais.
Esse filme conta a história de um fazendeiro, que um dia, ouve uma voz que diz pra ele justamente essa frase, que em português seria algo do tipo: se você construir, eles virão. Além da voz, ele simplesmente sabe o que ele precisa construir e também quem virá.
E o cenário mais impossível se faz - ele precisa construir um campo de baseball no meio da sua plantação de milho, para que jogadores de baseball já mortos possam vir jogar de novo.
Isso mesmo que você leu.
Loucura.
E o filme mostra que essa loucura talvez não seja tão loucura assim. Talvez seja apenas a história de um homem que resolveu fazer algo com uma forte intuição que ele teve, apesar de ela apontar para um caminho que parecia ridículo ou… impossível.
Esse filme sempre teve algo de especial nele que me chamou atenção muito nova e eu carreguei comigo essa frase, a frase principal do filme. Avança o tempo para logo depois que eu me mudei para Dubai, quando trabalhava como consultora pro governo de Dubai. Um dia, no trabalho, estávamos discutindo sobre a visão do H.H. Sheikh Mohammed, o líder de Dubai e como que ele teve a visão de transformar a cidade de Dubai - que não tinha quase nada 30 anos atrás - na grande metrópole que é hoje.
Então, a líder do projeto perguntou: quem conhece a frase “if you build it, they will come?”.
Congelei na hora. Qual a dúvida que eu era a única pessoa que sabia exatamente do que ela estava falando? Levantei a mão, e ela sorriu e logo nos entendemos. Ela nem explicou o contexto, o que era o filme, a mensagem - afinal, como que explica um plot de filme deles?
Mas, ela simplesmente falou: é sobre seguir sua intuição e acreditar na sua visão. Ser capaz de construir o seu projeto que o seu centro sabe que precisa ser construido. De seguir o caminho que você sabe - bem no fundo - que é o caminho certo. É sobre fazer o que precisa ser feito.
e aí…
(só aí)
as pessoas virão.
As pessoas certas que irão se beneficiar disso, as pessoas que irão te ajudar no caminho, as pessoas das quais aquilo é simplesmente perfeito para elas - e para você. Quase como se nossa intuição fosse uma ponte capaz de construir elos dourados entre diferentes pessoas. Elos perfeitos, de cura, de expansão e de troca.
Ao me relembrar dessa ideia, minha mentoranda foi capaz de ler com precisão o meu momento de vida - e o dela também.
Ao escrever uma carta todos os dias, ao fazer lives no Instagram, ao tentar ajudar e servir o máximo de pessoas, eu estou construindo. Construindo uma jornada em que eu deixo o meu impacto no mundo, onde eu me abro para revolucionar a vida de outras pessoas, onde eu me permito ter o papel de protagonista que eu posso ter.
Onde eu abro a porta do meu mundo interno para que outras pessoas possam ver e entender o que de fato tem ali dentro. Onde eu permito pessoas beberem da minha fonte, que é inesgotável, assim como suas próprias fontes internas - muitas, infelizmente, ainda desconhecidas a espera de serem descobertas.
Onde eu abro a porta do trem da possibilidade e simplesmente grito pro mundo: o trem vai partir!
Sabe, tem muitas coisas diferentes acontecendo na minha vida. Planos, ideias, projetos, mas não posso negar que Maio Extraordinário é também sobre o plantio da mentoria 8, em tudo que eu quero que ela se transforme, em tudo que ela pode e vai florescer.
Esse é um mês extraordinário - onde tanta, mas tanta coisa já aconteceu. Coisas pessoais, que talvez eu não comente tanto assim aqui e coisas profissionais, que eu as vezes esqueço de dividir. Sem falar nas experiências incríveis que eu já tive e estou prestes a ter.
Mas, é um mês extraordinário principalmente pelas pessoas. As pessoas que estão entrando na minha vida e que estão confiando em mim para serem sua mentora. Pessoas que estão permitindo eu fazer o que eu mais amo nessa vida. Pessoas que estão depositando suas expectativas (e tempo e dinheiro!) nesse projeto pessoal, que, no passado, já foi meu sonho mais difícil e distante…
e que hoje é real, está aqui, manifesto.
Isso me faz carregar dentro de mim a certeza de que nas próximas semanas, até o fechamento das inscrições da mentoria, eu só preciso continuar construindo. Eu só preciso continuar fazendo o que eu amo. Eu só preciso continuar dividindo.
As pessoas certas virão. As pessoas certas se conectarão comigo. As pessoas certas serão beneficiadas com isso tudo. As pessoas certas tomarão essa decisão.
E aí, o trem pode partir.
Eu tenho algumas certezas na vida que eu carrego no meu centro. E uma delas, é de que ao batermos numa porta por tempo suficiente…
ela abre.
Que ao decidirmos construir
- de verdade -
nossa vida,
as pessoas certas chegam.
Que linda essa carta. Essa frase e a história do Sheikh ficaram na minha memória, assim como o livro My Vision que você também comentou. Falando em livro, acabei de ler It Works. Gratidão, gratidão!
Essa carta me deixou COMPLETAMENTE arrepiada. Obrigada por isso, Ana!