Escrevo essa carta do lobby de um dos meus hotéis favoritos em Dubai - um local que de vez em quando gosto de vir para trabalhar daqui, afinal, porque não?
Hoje me deparei com uma frase que me chamou muito atenção, e que até compartilhei nos meus stories. Ela fala sobre uma postura interna muito presente na vida de muita gente, e ouso dizer, cada vez mais presente nas novas gerações.
“Muitas pessoas estão na frente de uma cachoeira, morrendo de sede, mas esperando alguém trazer um copo”
Eu honestamente não tenho ideia de quantas mensagens eu recebo com perguntas que poderiam facilmente ser copiadas no google e um clique “enter” resolveria todos os problemas. Não me entenda mal, eu adoro perguntas e não quero desencorajar ninguém a falar comigo.
Mas, as vezes tenho a nítida sensação de que as pessoas sentem uma preguiça mental de ir sozinhas atrás de respostas e que desejam que os outros tragam tudo pronto. E bom, eu não sou essa pessoa e tento ao máximo não alimentar e encorajar uma postura assim.
É engraçado falar sobre isso, porque há um tempo atrás estava conversando com uma amiga americana que é consultora sobre o currículo dela e ela tinha (em destaque) a habilidade “google research”, ou pesquisa no google. Muitas pessoas não param pra pensar sobre o quanto essa é uma habilidade cada vez mais escassa. A habilidade de realmente conseguir sentar e ir a fundo em todas as fontes disponíveis para achar a informação que você deseja.
Isso começa desde a solução de um simples problema (onde vamos comer?) até a busca profunda de assuntos importantes como qual bolsa de estudos é ideal para o meu mestrado. E honestamente, esse tipo de pesquisa demanda de nós. Horas, as vezes dias inteiros, para compilar uma informação quase ilimitada de possibilidades.
E hoje, com a tecnologia e o nosso acesso tão grande a informação, a vida se torna justamente essa cachoeira - que não para de correr. Existe um paradoxo interessante, que fala que na verdade quantas mais opções você der para uma pessoa, mais dificuldade ela vai ter de decidir. E sim, as vezes abundância de informação pode se tornar facilmente um excesso que mais prejudica do que ajuda.
E aí, entramos na o que eu chamo da responsabilidade de saber dividir o que é valioso e o que não é. Assim como praticamente tudo na nossa vida, apesar de não termos controle, temos responsabilidade.
Mas, por hoje, eu te pergunto: que sede você tem?
Será que não existe uma cachoeira abundante na sua frente,
só te esperando levantar
e ir até ela?