026 | 50 horas em São Paulo e a materialização de mais sonhos
23 Outubro, São Paulo 2022
Começo a escrever essa carta as 5h da manhã, do aeroporto de Congonhas, já pronta para voltar para Brasília, depois de exatas 50h no estado de São Paulo.
Os dois últimos dias foram os dias mais únicos, diferentes e marcantes que eu tive em algum tempo - tanta, mas tanta coisa legal aconteceu e eu quero contar tudo agora.
Tudo começou no dia 1 de setembro desse ano, quando eu comecei mais um ciclo de 30 dias no meu caderno da gratidão (algo que eu já indiquei centenas de vezes no meu Instagram). Normalmente, eu começo os 30 dias com algum objetivo em mente e dessa vez, por alguma razão, eu me vi em cima de um palco, falando com pessoas.
Nos últimos dois anos, foram mais de uma centena de palestras online, seja a convite de instituições, seja dando as minhas mentorias. Estou acostumada e gosto de falar sobre minha jornada, oportunidades e desenvolvimento pessoal. Mas, isso é sempre feito de maneira virtual. Minha última palestra - se é que podemos chamar assim - foi um encontro com alunos da minha antiga faculdade, quando eu contei sobre tudo que eu já tinha feito, no meio de 2019.
Eu não sei dizer exatamente porque eu vi isso, ou o porquê eu tive essa vontade, mas eu me vi em cima de um palco e eu percebi que essa era uma experiência que eu queria ter. Acreditem ou não, coloquei essa intenção no universo no dia 1 e poucos dias depois recebi o convite para uma palestra para os alunos da universidade Athon. O mais impressionante: seria uma palestra ao vivo, mas… a universidade ficava em Sorocaba. Recebi o convite pelas próprias alunas da universidade e aceitei na hora, mas avisei que estaria em Brasília no dia do evento.
No final de setembro recebi a confirmação de que a organização do evento tinha conseguido patrocínio e minhas passagens estavam confirmadas. Eu já viajei internacionalmente pelo meu trabalho, mas foi a primeira vez que eu viajei nacionalmente com o apoio de uma instituição. Tenho muito orgulho das meninas e de toda a organização, que sei que trabalharam muito para fazer isso acontecer. Também, fiquei muito impressionada pela faculdade ter comprado a ideia das meninas e terem aceito que eu fosse a palestrante, mesmo sem me conhecer.
Eu rio muito sozinha quando eu penso na quantidade de coisas que eu já materializei na minha vida só ao colocar uma intenção e agradecer como se já fosse real. Mas, meu papel não é convencer ninguém. Não precisa acreditar em mim, mas te convido a experimentar um pouco ao redor de conceitos de poder do pensamento e da gratidão e a chegar a suas próprias conclusões.
Essa semana semana foi corrida, pra dizer o mínimo. Se na quinta-feira da semana passada surgiu a ideia de ir pra Nova York, na quinta-feira, três dias atrás, eu já tinha ido e voltado dos Estados Unidos. Em menos de 30h em Brasília, eu corri trabalhando e mal dormi, indo direto de volta para o aeroporto de Brasília, 4h da manhã, para pegar o primeiro vôo em direção a São Paulo, congonhas, na sexta-feira.
Chegando lá, meu transporte já me esperava rumo ao meu destino: Sorocaba.
A verdade é que eu não conheço o estado de São Paulo, e foi um convite muito bem-vindo poder fazer a palestra e conhecer uma cidade nova. Chegando no meu hotel, pude finalmente descansar, antes de trabalhar um pouco mais. Consegui ir no shopping local onde decidi de última hora fazer uma escola no cabelo (não consigo lembrar quando foi a última vez que eu fiz uma!) e puder um ver um pouquinho da cidade.
Antes de ir para a recepção do hotel, onde a organização do evento me esperaria para ir para a universidade dar a palestra, eu fiquei um pouco em dúvida sobre a roupa que eu usaria. Estou acostumada a escolher apenas a camiseta (encontros online!) e, apesar de ter ouvido que faria sentido eu ir mais formal, decidi ir confortável e honrar quem eu sou. Usei uma calça jeans, salto e uma camisa de seda. Não queria que os alunos me vissem como mais uma mulher corporativa, mas que eles vissem que eu sou de verdade: uma mulher que viaja pelo mundo, trabalha e que ainda está descobrindo seu estilo.
A recepção na universidade foi incrível e sendo sincera até me senti em um filme, já que em um certo momento estava cercada por várias pessoas da organização - todas vestindo preto - e eu vestindo uma roupa clara. Ao chegar, fui colocada em uma sala que tinha comida e presentes para mim e onde eu pude conhecer vários professores e conversar com eles.
De uma maneira bem específica, a universidade me lembrava demais a ESPM, minha universidade brasileira da graduação. Já falei na minha mentoria, e eu falo sempre quando conto minha jornada, mas o meu diretor de curso era a melhor pessoa para aquele trabalho. São incontáveis a vezes que eu fui a sua sala, para pedir ajudas em intercâmbios, cartas de recomendação e antecipação de provas. Não importa qual era a minha ideia mirabolante, ele sempre me apoiava e me incentivava. Até em meus pequenos projetos empreendedores também. Senti o mesmo espírito dos professores e fiquei tão feliz pelos alunos. Acho que o fato de eu estar lá (alguém indicado e convidado pelos próprios alunos, dos quais os professores não conheciam) já indica o espírito empreendedor que só tem a agregar na vida dos estudantes.
Alguns minutos antes do horário da minha palestra, uma das meninas me avisou que o auditório estava lotado (mais de 200 lugares) e eu sorri. Eu não sei explicar como, mas eu sabia que estaria cheio e já havia me preparado mentalmente para isso, com visualizações de tudo dando certo e todos se sentindo satisfeitos com minha apresentação.
Aliás, isso é algo que eu faço com muita frequência.
Eu ensaio mentalmente momentos importantes, antes que eles aconteçam de fato. Já fiz isso com processos seletivos, mentorias específicas e agora com essa palestra, que tinha como nome: Fome Profissional, uma internacionalista pelo mundo.
Para essa palestra específica, eu tinha duas grandes intenções: ser útil a todos presentes e utilizar esse momento para entender como que eu me sinto em cima de um palco, falando com pessoas. A boa notícia é que pelo feedback, eu fui muito útil e eu também consegui entender e sentir algo que eu já desconfiava: eu amo falar com pessoas. Ao subir o palco, com o microfone na mão e com mais de 200 olhares em mim, eu não senti medo, nem nervosismo. Me senti animada.
Não sei bem explicar como que eu isso mudou. Eu sempre tive certa facilidade com apresentações e de me comunicar, mas não era algo que eu escolhia para mim. Apenas fazia bem, quando era necessário e obrigatório.
A palestra durou mais tempo que o previsto, e tivemos que encerrar, apesar as perguntas incessantes, que eu estava adorando responder. Apesar de entender que eu estava em um ambiente acadêmico, eu também senti a importância de ser eu mesma e não tentar entregar a minha história de maneira sisuda. Trouxe humor para falar sobre minhas vitórias, e principalmente, os meus fracassos. Uso minhas redes sociais e até esse espaço para celebrar conquistas, mas o sim sempre é mais visto e celebrado, enquanto os nãos (no meu caso, muitos nãos) são mais ignorados e colocados de lado. A verdade é que foram meus grandes fracassos e momentos de derrotadas que deram forma a quem eu sou.
Alguém que não desiste de si, e de seus sonhos.
Foi um verdadeiro privilégio poder contar a minha história e jornada e ver alguns olhos brilhando ao entender (e ver!) que o mundo é maior do que pensavam e que existe, sim, um mundo de oportunidades do lado de fora da nossa zona de conforto. Dividi na palestra uma frase que gosto muito e que compartilho com vocês aqui. Ela representa o poder do autoconhecimento e lucidez ao tomar decisões em nossas vidas:
"Não há vento favorável para aquele que não sabe para aonde vai"
Sêneca
Fiquei muito feliz e agradecida pelos abraços no final, pedidos de foto e feedbacks. Uma das coisas que me faz mais feliz é servir e ser útil a outras pessoas - principalmente as ajudando a realizar seus sonhos. Ainda não recebi as fotos do evento, mas em breve vou compartilhar no Instagram!
E quer saber o mais louco de tudo?
Na platéia, estava uma mentoranda minha da minha turma 2 de mentoria, que já estava formada por aquela universidade e que foi justamente para finalmente me conhecer pessoalmente. Por ser um projeto online, eu não consigo ter o contato presencial com essas pessoas tão especiais. Poder conhecer a Isa, abraçar e enfim, conversar foi um verdadeiro privilégio.Ela me contou que não conseguia acreditar que eu estava lá e eu ri. O que há poucas semanas era algo totalmente fora do meu radar, se tornou realidade com facilidade e me possibilitou encontrar tantas pessoas incríveis. Ao meu ver, o universo é realmente benéfico. Só precisamos nos abrir para isso.
No dia seguinte, antes de pegar meu transporte de volta a cidade de São Paulo, visitei a padaria Real para a famosa coxinha que, segundo os “locais”, é um dos grandes marcos da cidade. Confesso, a coxinha era boa mesmo.
Saindo do meu hotel em Sorocaba, fui direto para a casa da minha amiga Julia em São Paulo, para o momento do brunch com ela e com a Renata. Já falei muito da Renata aqui, mas a Julia eu também conheci nos meus intercâmbios de trabalho na Disney e somos amigas até hoje.
Renata pousou em Congonhas as 10h da manhã, tomou brunch com nós duas e foi direto para Guarulhos para uma viagem internacional de trabalho. Já falei do orgulho que eu tenho de ver minhas amigas vivendo a vida dos seus sonhos também? Já até entrevistei Renata duas vezes para minha mentoria, para ela contar o segredo de como ela conseguiu seu trabalho remoto internacional, que ela viaja mensalmente para diferentes países e que ela é paga em dólar.
Um exemplo de resiliência.
Para o brunch, fomos em uma padaria chamada Cakess, onde colocamos todo nosso papo em dia. Desde que nos conhecemos, em 2014, já fui algumas vezes para São Paulo visitar as meninas e até de noite, mais tarde, conversando com a Julia, disse o quanto que ter amigas próximas “na cidade grande", quando eu ainda morava em Porto Alegre, me ajudou a expandir meus horizontes e ver o quanto o mundo era maior do que a minha cidade natal.
Em seguida, eu tinha um encontro com meus mentorandos de São Paulo, mas ainda tinha um tempo de sobra, então visitei um ponto que não conhecia mas que queria muito: a livraria da Travessa, no Iguatemi. Apesar de ter pouco tempo para ficar lá, eu realmente passaria horas lá e não adianta, livraria é um local que traz vida e que me faz feliz. Já vi muitas ao redor do mundo, mas essa realmente é uma das mais impressionantes que eu já vi.
Pouco antes das 3h da tarde, de sábado, peguei um Uber em direção ao Tea Connection para encontrar meus mentorandos. Palavras não expressam bem o que eu senti nas mais de 5h que ficamos juntos conversando e trocando figurinha. Encontrei pessoas especiais que já colheram tantos resultados em pouco mais de um ano. Encontrei, também, mentorandos da primeira turma, que realmente mudaram a minha vida ao confiarem em mim e meu sonho.
Uma coisa que eu pude finalmente dizer olhando nos olhos de cada um, e que poucos mentorandos compreendem de verdade é o quanto que eles significam para mim. Se há dois anos, a ideia de ter uma mentoria era grande demais, quase que impossível, hoje é realidade no formato de mais de 220 pessoas pelo Brasil e mundo, e quase 20 ali presentes, em carne e osso. Rio muito ao pensar no que levou os mentorandos da turma 1 a comprarem essa ideia e confiarem em mim. Afinal, eu era simplesmente uma garota na internet. Mas, muitos desses, já fizeram a mentoria novamente hoje também são amigos entre si.
Eu consegui provar para essas pessoas que minha mentoria vale a pena e hoje se tornaram grandes embaixadores, já indicando amigos e colegas para participar também. Me dói um pouco a dificuldade de “convencer” as pessoas novas a confiarem em algo tão incrível, mas respeito o momento de cada um. Os que decidem, acabam colhendo os frutos.
E isso precisa me bastar.
Alguns dos Mentorandos e mentorandas de todas as 6 turmas que eu fiz!
Poder tirar um tempo para conversar com cada um, para poder ajudar e me conectar foi algo que eu me fez tão, mas tão feliz. São pessoas que eu conheço a jornada e alguns que eu estou acompanhando há muitos meses. Uma mentoranda, viajou mais de 2h30 para estar lá e poder me ver. Quando ela começou minha mentoria, ela sonhava em trabalhar com cibersegurança e isso parecia tão distante.
Hoje, é a realidade dela.
Quantas outras histórias assim? De verdade, incontáveis.
Já deixei de acreditar no impossível há muito tempo e essas pessoas me provam algo que eu acredito no meu coração e que eu ja vivi e vivo na minha vida: limite é uma ilusão.
Poder usar esse espaço para dividirmos nossa jornada, nossos tropeços, nossos fracassos temporários e também a dor de sair da nossa zona de conforto é algo ímpar. Saber que eu criei um espaço seguro, onde podemos ser autênticos e ajudar uns aos outros me inspira. Sabia que eu tenho mentorandos que já indicaram e indicam outros mentorandos para bolsas de estudo e trabalhos?
É a criação de uma rede de networking e amizade positiva. E uma rede infinita.
Já deixei claro que os encontros acontecerão de maneira no mínimo anual, e que todos (não importando sua turma) estarão convidados… para a vida. A mentoria não termina quando os encontros online terminam. Mal posso esperar pelos próximos anos, onde o grupo ficará maior, e as pessoas se apresentarão:
- Olá, sou a Ana, da turma 2 e você?
- Sou a Júlia, da turma 5!
Na verdade, esse sonho já é real, mas que a cada ano, depois de muito plantio, a colheita será ainda maior. Não só com número de pessoas, mas de histórias de sucesso e conexões feitas.
Enfim, gratidão não expressa o que eu sinto em relação a essas pessoas que confiaram em mim e que se abriram para dividir essa jornada de expansão e realização de sonhos comigo.
Por último, encontrei de novo a Julia para nossa janta pela Vila Madalena. Conversamos por horas (horas mesmo, das 8h30 da noite até as 3h da manhã) sobre nossos sonhos, nossas dificuldades e nossas vitórias. Quando nos conhecemos, em 2014 na Disney, nossa vida era tão diferente da de hoje. Sonhávamos com um futuro onde teríamos condições de ter e fazer o que queríamos e sorrimos muito ao ver que trilhamos uma jornada que temos orgulho. Podemos viajar, ir em shows e gostamos das profissionais que estamos nos tornando.
Gostamos do nosso sucesso.
Gostamos da nossa jornada.
Foi muito rico dividir esse momento com ela, onde eu aprendo tanto. Acho que a Julia não tem ideia do impacto positivo que ela teve em mim, ao dividir sua jornada de maneira mais profunda comigo. No final, somos todos humanos, com nossas questões, histórias e traumas em busca de uma vida mais saudável, equilibrada e feliz.
Ela tem um Instagram que ela fala sobre sua saúde mental e sobre a realidade de ser bipolar. Aliás, indico muito você ver e seguir, e indicar para amigos que possam se beneficiar desse material tão incrível: @vivointensa
Depois, novamente, as 4h da manhã fui para o aeroporto de Congonhas (virada, mais uma vez) onde o sono e o cansaço finalmente me alcançaram de volta a Brasília. Ri e olhei para as últimas 50h da minha vida e só pude agradecer. Eu amo viajar, amo realizar, mas são pessoas que mudam e dão forma a nossa jornada.
E nessas últimas 50 horas,
encontrei pessoas de ouro.
Acho só,
que elas não tem ideia,
do quanto.
perfeita em tudo que faz! gratidao por passar sua energia e suas experiências com a gente! desejo que voce sinta o que vc sentiu nessas 50 horas por mais muitas horas, vc merece 🥰
Obrigada por toda essa rede de criação de abundância Ana, eu tão nova, me vendo ao redor de pessoas que são o que eu quero ser é perfeito, é a certeza que vai dar tudo certo!