020 | De volta ao Brasil, Cataratas, Aniversário no Rio de Janeiro e muito mais
07 Setembro, Brasília 2022
Escrevo isso sentada em uma mesa de Brasília, enquanto tomo minha clássica água com gás e penso em como fazer o recap dos últimos dias, já que tanta - tanta - coisa aconteceu! Pegue seu café (ou chá) e se prepare, porque essa carta será recheada e cheia dos últimos acontecimentos.
A última carta foi escrita de Firenze, nos meus últimos dias na Itália. Além de ter visitado o castelo di Poppi, pude também ir para Cinque Terre, localizada na costa Riviera Italiana. Apesar de não ter escrito uma carta especificamente para isso (eu deveria) preciso contar um pouco sobre esse dia, já que tantas coisas aconteceram. Além de ter feito uma amizade com a Miss Egito 2014, pude ver com meus próprios olhos imagens de lugares que por muito tempo eu sonhei. Sendo sincera, meu primeiro sonho sempre foi a outra costa italiana, de Almafi, mas o dia chegará. Apesar do calor escaldante, posso dizer que o que eu vi foi muito lindo. De verdade.
Em uma das 5 cidades que compõe Cinque Terre
Logo em seguida, comecei a jornada de volta para o Brasil.
Para conseguir um vôo com um preço bom, eu fiz Firenze - Barcelona - Milão - São Paulo - Foz do Iguaçu. Para minha felicidade, consegui um upgrade e fiz Milão - São Paulo na Business onde pude descansar e honestamente, viver uma vida que eu gosto. Nunca foi segredo que poder viajar, e com estilo, sempre foi algo que eu quis, e viver isso é sempre um lembrete de prosperidade.
Eu garanto para vocês, poder ficar mais de 10h em um avião e poder ficar numa cama esticada e poder dormir é uma delícia. Essa foi a minha segunda vez com a Latam (que eu adoro) e cheguei a conclusão de que esse é tipo de coisa que facilmente podemos nos acostumar!
Minha vista da janela de algum lugar do Atlântico
Fechar o ciclo da Itália foi fácil, por incrível que pareça. Eu estava animada para os próximos planos e também mudanças me dão uma sensação de progresso. Ficar tanto tempo em Firenze foi um sonho realizado, que hoje é uma memória que carrego no meu coração. Quando cheguei em Firenze e estava no carro rumo a casa do meu amigo, eu tive uma sensação de que aquela experiência se tornaria importante na minha história, e bem, se tornou. A Ana que saiu da cidade é diferente da que chegou. E eu sinto que muitos aspectos disso ainda estão para se mostrar. Talvez eu só vá entender o real impacto de Firenze na minha vida mais para frente.
Fui para Foz do Iguaçu encontrar minha mãe que estava aproveitando suas férias por lá. Foz é uma cidade importante para mim e também um local que eu já visitei muitas vezes, e poder voltar é um prazer! Foz é uma cidade que tem muito a oferecer e poder visitar as Cataratas do Iguaçu novamente é um lembrete do quanto nosso país é rico e do quanto me faz bem estar cercada de natureza.
Além disso, pude fazer algo que eu sempre quis: tomar o café na tarde no Belmond de lá, que fica dentro do parque e do ladinho das cataratas.
As cataratas e nosso café da tarde no Belmond
O Belmond é uma rede de hotéis que tem uma vibe muito única e poder passar algumas horas lá com minha mãe e realmente tirar um tempo para conversar e falar do futuro foi uma benção. Sem falar que eu lembro de outras vezes que fomos passear nas Cataratas e falávamos que um dia gostaríamos de ficar nesse hotel. Apesar de isso ainda não ter acontecido, esse pequeno gostinho foi o primeiro passo.
Outra grata surpresa em Foz do Iguaçu foi que eu realizei o terceiro encontro da minha mentoria ao vivo (já tinha feito em Porto Alegre e Brasília). Pude encontrar a Emily que além de ter feito 2 mentorias normais ainda fez a avançada comigo, e a Mirtha e Lidia que são paraguaias (com português fluente) que atravessaram a fronteira só para me ver. Não consigo expressar em palavras a sensação de ver pessoas que hoje considero amigas e que fico feliz em fazer parte da jornada.
Dá pra acreditar que eu tenho mentorandas interncionais?!?!
Depois, voltamos para Brasília onde ficamos alguns dias antes do meu aniversário. Os poucos dias em Brasília e meus últimos dias antes do meu aniversário foram - como eu planejei - muito especiais e principalmente, produtivos.
No final de semana eu realizei mais um sonho: fazer um projeto com minha mentora!
Sim, mentores também tem mentores. Eu conheço a Lari há mais de uma década, mas faz apenas cerca de um ano e meio que nos aproximamos - quando eu literalmente mandei uma mensagem do nada para ela, falando que eu gostaria que ela fosse minha mentora e o melhor: ela aceitou.
A Lari é sem sombra de dúvida uma das pessoas mais fora de série que eu conheço, tanto pelo currículo e experiências, quanto por sua essência. Ela conhece mais de 70 países, estudou RI, morou num templo budista e hoje trabalha com Venture Capital impactando diretamente a América Latina toda. Eu tenho a gratidão de nesse um ano e meio já ter encontrado com ela em Barcelona, México e Estônia. A Lari me ajuda a ser mais e melhor.
Se eu tenho uma dica é: tenha mentores!
A famosa noite em Barcelona em 2021 onde depois de uma garrafa de vinho, Lari me chamou pra ir pro México em 5 semanas ficar 1 mês… e eu aceitei e fui.
Essa imersão foi a primeira experiência da Lari com um público nesse molde e como ela disse: ela perdeu sua virgindade nisso da melhor maneira possível! Eu não consigo expressar direito o prazer que foi poder trazer novas pessoas para o nosso mundo, onde nós duas conseguimos criar um projeto totalmente novo que, modéstias a parte, foi sensacional.
Nossa imersão de “Como viver a vida dos seus sonhos” foi algo de outro mundo e a verdade é que também serviu como impulso para nós duas. O feedback foi incrível e quando terminamos no domingo de manhã (depois de quase 10h de conteúdo ao vivo no final de semana) eu senti um orgulho tão grande do que foi entregue, a qualidade, absolutamente tudo. Criamos isso do nada, e o conteúdo foi algo que não existe em lugar nenhum, resultado das nossas experiências e vivências.
Poder dividir esse momento com ela foi um verdadeiro privilégio e eu senti exatamente o que eu queria sentir dias antes do meu aniversário. Agradeço profundamente a todos que confiaram no nosso projeto e realmente fizeram essa imersão de tantas horas com a gente. Saibam que foi tão transformador para mim, como foi para vocês.
Preciso também dividir uma história incrível que aconteceu no mesmo domingo, de tarde, após a imersão. Depois do almoço, minha irmã nos convidou para ir ao Itamaraty fazer uma visita guiada - algo que eu já fiz no passado e super recomendo! Bom, acreditam que uma turma de Relações Internacionais da FAAP estava lá e eu fui reconhecida?! Além de ter encontrado a Stefani, uma mentoranda minha (que nem é de Brasília!) encontrei uma outra aluna que foi gentil de pedir uma foto comigo e me falou que meu canal do Youtube (quem lembra?!) a incentivou a fazer o curso de RI e hoje ela estava lá, me encontrando no Itamaraty!
Esse momento foi muito incrível e marcante. Fiquei pensando em como há alguns anos eu achava que estaria ali trabalhando como diplomata, mas fico grata pela minha mudança e decisão. Não mudaria absolutamente nada. E que coisa boa sentir isso!
Dois dias depois, fui para o Rio de Janeiro, onde diferentemente do ano passado, dessa vez eu fui com minha irmã também! Esses 5 dias no Rio de Janeiro, onde comemorei meu aniversário de 30 anos foram memoráveis e importantes na minha jornada.
A começar que ao entrar no hotel, onde fui recebida com um: Seja bem-vinda, Ana.
Achei estranho ouvir meu nome assim que cheguei, mas como já trabalhei em hotel no passado (fazendo check-ins!), eu sei que as vezes os hotéis tem dias bem lentos. Uma vez o meu shift começava as 5h da tarde e havia apenas uma pessoa faltando fazer o check-in e quando ele chegou, eu lembro de também tê-lo chamado pelo nome também, então não estranhei tanto.
Obviamente que:
No meu trabalho, eu errei o check-in dele e mandei ele pro lugar errado. O único check-in que faltava aquele dia e tecnicamente o único trabalho que eu tinha naquele dia (Ah, tantas histórias de acertos, erros e aprendizados daquela época…).
O hotel que eu estava estava mega movimentado e eram 11h da manhã. Quem havia me chamado pelo nome era a Esther, que trabalha lá e pasmem, ela me reconheceu!
Conversar com a Esther no dia da chegada (e todos os outros dias!) foi uma benção e ela foi uma luz inesperada nesses dias. Além de ela me seguir, ela me contou que havia falado comigo e que eu a havia incentivado a tentar esse estágio atual dela lá! Eu honestamente não lembrava nada disso, mas amei e fiquei tão feliz. Ela também pode conhecer minha mãe e minha irmã e nossa, sou muito grata. Ah, outra coisa incrível e louca: uma das concierges dO hotel trabalhou comigo na Disney no passado e é minha mentoranda! Mari, poder te rever, te abraçar foi outro presente - gratidão!
Poder me hospedar num dos hotéis mais icônicos do Brasil (que é Belmond!) é um verdadeiro privilégio que eu não levo como algo garantido. Lembro de quando eu era mais nova, eu e minha família caminhando pelas ruas de Copacabana, olhando aquele prédio e honestamente sentindo um grande espaço, quase como que aquele espaço fosse impossível “para pessoas como nós". A verdade é que lá atrás isso era algo completamente fora da nossa realidade, e ver como “as vacas engordaram” e que hoje eu tenho acesso a lugares assim me faz sorrir e me dá a forte sensação de progresso.
Chegamos no dia anterior ao meu aniversário, onde pude jantar num hotel próximo, onde apesar de uma grande confusão na minha reserva, as coisas aconteceram melhor que o previsto. Isso foi graças a Debby, que prontamente nos acolheu e ainda preparou pequenas surpresas pedindo desculpas. A comida do Emile no Emiliano é sensacional e foi a melhor de toda a semana. A comida estava tão boa que depois eu mandei um e-mail para o hotel dando meus parabéns e agradecendo pela experiência - que tinha começado de maneira péssima.
Minha mentora, a Lari, tem uma crença que ela dividiu na imersão: tudo que acontece, acontece ao meu favor. E quanto mais eu medito sobre isso, mais vejo que é uma verdade. Pode demorar um tempo, mas lá na frente eu consigo entender como algo que considerado "ruim” pode vir a se tornar um verdadeiro presente para meu crescimento interno e minha jornada de evolução.
O dia do meu aniversário foi extremamente especial, pois estava com minha família, de frente para o mar, em um hotel icônico e cercada de natureza. Foi um dia mais introspectivo, onde organizei minhas prioridades para os próximos meses e pensei muito sobre tudo que aconteceu desde meu último aniversário, onde eu havia comemorado no mesmo prédio.
Ao final da tarde, decidi caminhar pela orla de Copacabana rumo ao Leme. Ao olhar pra cima, vi os pássaros voando e senti uma vontade forte de chorar. Lá estava eu, com 30 anos e quase nada da lista completa: eu não tenho carro, não tenho casa, não tenho namorado.
E então, comecei a chorar.
Mas não de frustração, nem de medo. Eu chorava de felicidade.
Apesar de não ter ainda o que a sociedade considera como sucesso, eu tinha conseguido - de maneira muito difícil e dolorosa - o que eu mais queria: a minha liberdade.
A caminhada, pouco antes do choro. Essa foto foi tirada por uma desconhecida, depois de eu ter tirado uma foto dela. Eu precisava ter esse momento tão especial guardado em imagem
Há um ano e meio eu terminei um relacionamento abusivo (onde falávamos em casamento!) e eu só pude sentir gratidão de ter saído disso, e de estar caminhando naquela areia, livre como aquele pássaro. Há dois anos eu tive que fazer escolhas para a minha carreira e novamente, eu não escolhi o óbvio, segui meu coração e hoje estou vivendo algo completamente novo e que era impensável para mim. Nos últimos 10 meses eu fui para 17 países, vi o mundo, trabalhei de cafés (algo que eu descobri que queria em 2018) e pude viver minha liberdade. Por mim. De mim. Para mim.
Andar por aquela praia e ver que eu consegui o que eu mais queria me emocionou. Eu não me acomodei, eu fui atrás do meus sonhos, eu levei nãos, eu sofri, mas eu não tinha nenhum “e se eu tivesse feito…” para carregar até o túmulo. Só eu sei o quanto foi difícil trilhar essa jornada, o quanto foi desafiador não desistir de mim e dos meus sonhos. Mas lá eu estava, vendo aqueles pássaros naquele por do sol com tantas nuvens. Limpei minhas lágrimas e falei baixinho para minha criança interior: você conseguiu.
Mais tarde, a minha janta de aniversário foi exatamente na mesma mesa, no mesmo restaurante e no mesmo hotel que ano passado.
Quando que eu pensei que poderia reviver um momento desses com minha família?
Realmente, eu tenho muito pra agradecer.
O resto da viagem foi uma mistura de trabalho e descanso, enquanto eu aproveitava o que o hotel tinha para oferecer. A verdade é que eu fui muito feliz nesses dias e não posso simplificar com nada além de: muita gratidão, Universo.
Mas, ainda teria mais felicidade, e no último dia, ainda pude vivenciar algo incrível.
Pude fazer um encontro com 6 mentoradas que moram no Rio, ambas de diferentes turmas e que também puderam se encontrar pela primeira vez. Poder ver e tocar essas pessoas é algo inexplicável e novamente palavras me faltam para expressar a gratidão que eu sinto. A minha mentoria foi, por muito tempo, um grande sonho para mim. Um sonho que dependia só de mim - para fazer. Mas, que dependia de outras pessoas acreditarem nesse sonho para que ele realmente se transformasse em realidade.
Pude olhar no olho de cada uma e agradecer. Para elas (e até para você lendo) eu sou apenas alguém da internet que pode não significar muito. Mas essas pessoas acreditarem em mim e investiram (tempo e dinheiro) na minha mentoria, no meu sonho. Poder ouvir suas experiências, tirar dúvidas e incentivar ainda mais elas é um verdadeiro privilégio. E bom, como eu nunca pulo um por do sol, ainda levei as meninas pro hotel e depois para a praia, onde juntas podemos sentir a água enquanto observávamos a vastidão da água.
Esse encontro realmente preencheu minha alma e é muito (muito) louco você viver um momento que você sabe que é literalmente estar vivendo um sonho antigo.
A volta a Brasília foi a consolidação de uma rotina produtiva, onde nos últimos dias pude experimentar níveis ainda mais elevados de liberdade, já que rotina é liberdade. Ao escolher o que eu quero fazer no dia, baseado nos sonhos que eu quero construir, eu crio a liberdade de todo dia dar novos passos rumo a esses novos sonhos.
Além disso, me preparo pois nos próximos dias farei uma viagem muito especial com uma grande amiga, a culminação de mais um sonho antigo. As próximas semanas serão cruciais na minha jornada, e eu honestamente, mal posso esperar por mais cartas, para dividir esses momentos da minha vida com você.
Para terminar, gostaria de te relembrar:
Acredite em você.
Acredite nos seus sonhos.
A mágica é real.